Começo, Meio e Fim - Décimo Segundo Capitulo

Acordou no outro dia com a esperança de ter acordado daquele pesadelo mas era real, foi pra aula desanimada, quis ligar para Diego no caminho, mas deixou isso pra lá, encontrou Camila no caminho, elas foram conversando, mesmo desanimada Deibow arriscou algumas pequenas risadinhas, então Camila convidou ela para dar uma volta no shopping aquela tarde, teria uma comédia imperdivel no cinema, Deibow aceitou, na hora do intervalo Diego ligou pra ela:
- Oi Deibow, tudo bem?
- Oi, tô indo... e você?
- Também...
- Onde você tá?
- Faltam 200 km para chegar na cidade onde vou morar!
- Então tá longe né... a 1000 km de mim!
- Infelizmente! Mas você vai ficar bem logo minha linda, você tem amigas que adoram você ai, eu não tenho ninguém aqui.
- Mas você também vai ficar bem. Eu vou ter que desligar, a professora de Educação Fisica tá chegando aqui na sala.
- Tá bom, adoro você menina
- Também te adoro, beijo.
- Beijo.
E desligou, com o coração na mão, quase chorando, estava no meio do pátio, a história da professora era desculpa, por que não aguentaria falar mais, sentia que iria chorar, então foi até um banco meio escondido dos outros, onde ela e Diego costumavam ficar, e ficou lá, sentada, olhando pro chão, em saber que uma semana atraz ela estava lá com Diego, rindo, brincando. Derrepente escorreu uma lagrima pelo seu rosto, então ela foi pro banheiro imediatamente, parou em frente ao espelho e ficou se olhando, "Por que está acontecendo isso? Por que? O que eu fiz pra merecer?". Pensou, molhou o rosto e ficou ali, olhando as gotas de agua escorrerem pelo seu rosto, uma mistura de agua, maquiagem e lagrimas, isso causou um estrago enorme, então ela limpou o rosto com agua e foi pra sala, não demonstrava que estava chorando, só estava sem maquiagem, e isso já era bem estranho com ela, jamais saia de casa sem lápis de olho e rimel, e naquele momento ela estava. Chegou a sala e a professora exigiu explicação.
- Por que você está chegando essa hora na sala Deibow?
- Aff professora, me deixa.
- Me deixa nada menina, você não sabe que tem que cumprir deveres? - fez um breve resumo sobre os deveres que os alunos deveriam cumprir enquanto Deibow estava debruçada na carteira olhando pro nada. - Você está me ouvindo menina?
- Não tô não professora.
- Sua mal educada, vem comigo pra diretoria agora, você me deve respeito. - Deibow ficou enfurecida e começou a descontar toda a sua raiva.
- Olha aqui professora, se você não tá vendo eu não tô em condições de brigar com ninguém agora, me deixa em paz pelo amor de Deus e faz o seu trabalho.
A professora insistiu em leva-la para diretoria, e Deibow pegou o material e saiu da sala, deixando a professora falando sozinha. Ficou sentada no mesmo lugar de antes, 30 minutos depois Luana foi até ela e perguntou se ela havia melhorado. Deibow não aguentou o choro, abraçou a amiga desesperadamente e ficou ali, chorando. Luana fez de tudo para acalmar a amiga mas viu que não era a hora, falou que já voltava, foi até a sala, brigou com a professora para ela deixar Luana ir embora e saiu mesmo a professora não deixando.
- Vem amiga, vamos sair daqui.
- Brigada Luh.
E sairam, foram até uma lanchonete calminha, onde seria melhor para elas conversarem. Ficaram ali até o horario em que a aula acaba, Luana ligou para a mãe ir busca-las e a mãe foi. Quando chegou em casa Luana falou:
- Deibow, vai pra casa, toma um banho, se acalma, come alguma coisa, eu vou fazer isso e já já to indo lá com você tá?
- Tá bom, brigada. - Deibow foi pra casa, fez o que Luana falou para fazer e ficou sentada na sacada, ouvindo musica, quando Luana chegou, logo Camila ligou no celular de Deibow e perguntou se ela ainda iria ir ao cinema com ela. Deibow respondeu que iria, e que Luana iria junto, então Deibow desligou o celular e começou a se arrumar. Luana disse:
- Amiga, posso te falar uma coisa que talvez te ajude?
- Pode.
- Senta aqui comigo. - Deibo sentou-se do lado de Luana e ficou ouvindo. - Olha, não vai adiantar você ficar chorando pelo o que já passou, foi bom enquanto durou, não faça com que essas lembranças se tornem tristes e vazias, guarda elas no teu coração amiga, é melhor. Você é nova, sim, nós somos, e temos muita, muita coisa pra fazer ainda, vamos sair amiga, rir, brincar, nos divertir, não adianta ficar chorando por uma coisa que já passou, e que não vai voltar.
- É verdade!
- Vamos no cinema?
- Vamos.
Foram ao cinema, riram muito e quando Deibow chegou em casa de novo sentiu de novo um vazio, então ligou o som no volume maximo, todos os tipos de musica, ficou cantando, pulando e não se deixou desanimar, quando sua mãe chegou em casa falou que teria de sair e falou que tinha avisado Luana para ficar ali com ela, Deibow fez sinal que sim e foi pra piscina, ficou lá, nadando, pulando, se divertindo, já era noite mas estava bem quente. Luana logo chegou e entrou na piscina também, ficaram rindo, conversando, brincaram de tudo. Fizeram até um mini-show na beira da piscina. Com uma musica que mexia muito com os pensamentos de Deibow, a musica era Malandragem, da Cassia Eller, a letra é muito linda. E parecia ter sido feita para Deibow. Ficaram brincando até quando a mãe de Deibow chegou e anunciou que era hora de dormir. Deibow foi pro quarto, postou no blog, e foi dormir.

. Continua


Quem sabe eu ainda sou uma garotinha. Esperando o ônibus da escola, sozinha... Cansada com minhas meias três quartos. Rezando baixo pelos cantos, por ser uma menina má... Quem sabe o príncipe virou um chato, que vive dando no meu saco. Quem sabe a vida é não sonhar... Eu só peço a Deus um pouco de malandragem, pois sou criança e não conheço a verdade. Eu sou poeta e não aprendi a amar. Eu sou poeta e não aprendi a amar... Bobeira é não viver a realidade. E eu ainda tenho uma tarde inteira... Eu ando nas ruas, eu troco cheque, mudo uma planta de lugar, dirijo meu carro, tomo o meu pileque. E ainda tenho tempo prá cantar... Eu só peço a Deus um pouco de malandragem, pois sou criança e não conheço a verdade, eu sou poeta e não aprendi a amar, eu sou poeta e não aprendi a amar... Eu ando nas ruas, eu troco cheque, mudo uma planta de lugar, dirijo meu carro, tomo o meu pileque, e ainda tenho tempo prá cantar. Eu só peço a Deus um pouco de malandragem, pois sou criança e não conheço a verdade, eu sou poeta e não aprendi a amar, eu sou poeta e não aprendi a amar...Quem sabe eu ainda sou uma garotinha!
Malandragem - Cassia Eller
Composição: Cazuza/Frejat